Volume 1
Em 1966 o psiquiatra Charles Höfling buscou testar como a obediência influenciava as decisões das pessoas e para isso ele realizou o seguinte experimento: um médico desconhecido ligava para enfermeiros reais em turnos noturnos de um hospital e pedia-lhes para administrar duas vezes mais a dose máxima de um medicamento não aprovado para um paciente. Sem saber que se tratava de uma experiência os enfermeiros administravam o remédio que na realidade se tratava de uma pílula de açúcar inofensiva, e o médico era uma farsa. Dos 22 enfermeiros 21 cumpriram essa ordem absurda. Os pesquisadores deixaram claro para eles do que se tratava o suposto remédio, portanto todos os enfermeiros sabiam que causariam overdose nos pacientes. Mesmo assim, eles administraram as drogas, violando as regras do hospital que proibia que eles recebessem instruções por telefone ou dessem um medicamento não aprovado aos pacientes.
Esta
pesquisa demonstrou claramente que as pessoas perante alguma autoridade pode
levar as pessoas a violar sua própria capacidade de julgamento e passa a fazer algo
que supostamente foi imposto a obedecer.
Isso
me fez olhar para as pessoas que de certa maneira se diminuem perante o outro
ou até mesmo se faz de vitima de algo que lhe de uma identidade. É o que eu
chamo de:
Vinculo Separatista!
Funciona
da seguinte forma:
Quando
a pessoa recebe um rótulo de alguém que supostamente tem o direito de te
rotular, pode ser um médico, professor, psicólogo etc. são pessoas que tem
autoridade para te qualificar seja para o bem ou para o mal, como dizer que você
está com depressão! Bem qualquer pessoa pode te dizer isso, mas se isso for
feito por um médico a pessoa aceita isso e passa até usar isso como sua própria
identidade, como dizer:
-Eu estou assim porque sou depressivo!
Existem então
diversos perigos ao dar á alguém uma identidade, pois de certa forma estamos
alimentando o ser a ter esta forma de ser, e assim à pessoa pode seguir com a
vida sem assumir seu próprio julgamento sobre si mesmo. E a cada dia surge um novo
rótulo e mais uma nova forma de ser.
Em
uma reportagem vi que o Facebook vai dar aos seus usuários 50 opções de gêneros
sexuais!!!
Veja
como estamos criando diversos vínculos de nós mesmos ao tempo que nos separamos
a cada novo vínculo.
Certo
dia eu estava trabalhando em um edifício e vi ao lado de outro edifício varias
crianças Judias brincando no pátio com seus “Kipás” em suas cabeças e pensei:
Vão
ser criados sobre as tradições Judias, usarão roupas e vão se alimentar como
todos os Judeus fazem, vão se casar e levar isso aos seus filhos que levarão
isso aos seus... E vão ser felizes assim!
E
nós!
Qual
nossa cultura?
Por
não termos uma cultura definida até o que é óbvio está deixando de ser
cultivado entre nós, agora na hora de educar os filhos temos até a opção de 50
rótulos diferentes para definir aquilo que a natureza só nos deu duas opções físicas
e definidas! Até mesmo quem nasce com os dois gêneros tem apenas dois gêneros!
Isso é só um exemplo do quanto estamos criando
separações individuais para cada ser dando a este uma distinção vinculada ao
próprio ser.
É
como se este fosse o seu papel dentro da sociedade e com o rótulo definido, cada
um segue atuando continuamente em seu protagonismo
rotulado atuando principalmente com seu Prosopon,
ou seja: sua mascara! (Para saber mais sobre o prosopon, segue o link: http://reflexhuman.blogspot.com.br/2013/11/espirito-santo-o-que-e-e-onde-ele-esta.html)
E
o mais interessante é que a palavra protagonista
vem do grego protagonistés, é formada pela junção dos termos proto, que significa primeiro ou principal,
mais agon, que significa luta e de certa forma é isso que acontece
muitas vezes com as pessoas, de posse dos seus rótulos que as fazem se ver como
o ser principal elas lutam pra
viverem em seus rótulos, como um alérgico lutando não para superar o que lhe
causa alergia, mas sim para que respeitem sua fraqueza e não se tenha gatos no
ambiente!
Com
tantos rótulos possíveis e novos sendo criados a cada dia estamos cada vez mais
criando nichos humanos de definições distintas ao tempo que tal distinção esta
desambiguando (vinculando) o ser de estabelecer em si o seu próprio EU, isso
cria a falsa ideia do ser, ser em si, aquilo que lhe foi dado.
Um
exemplo disso é o caso da experiência com os enfermeiros, eles são, em termos,
o Nicho dos enfermeiros ao tempo que isso de certa forma dá a eles a ideia que
são apenas enfermeiros e por isso não tem responsabilidade com as ordens médicas,
já que estes (médicos) estão acima deles, portanto seus papéis de enfermeiros
os fazem protagonistas das ordens médicas e mesmo que alguém chegasse até eles
e dissesse que tal procedimento está errado eles Lutariam (assim como um alérgico)
para atuarem de acordo com a ordem que lhe foi dada.
Isso
tem gerado um grande problema até mesmo nos relacionamentos entre as pessoas,
pra ser mais distinto, dos relacionamentos entre casais, por exemplo:
Se
o homem ao falar de X, lembra:
X= Amor, Sexo, Casamento, Esposa
Amor: esposa, filhos, família...
Sexo: mulher, ficante, parceira, relação, namorar...
Casamento: amor, paixão, família...
Esposa: que cuida do lar, companheira, mãe de seus filhos...
Ou
seja: olhamos de diferentes formas para cada rótulo criado dentro de uma relação, sendo que tudo está vinculado ao mesmo ser.
Com
isso as relações entre um casal é vista de forma diferente em cada momento e
esta diferença faz com que as pessoas busquem uma atuação diferente dentro de
cada momento vivido, por exemplo: o sexo,
neste momento se busca, prazer, satisfação, performance... mas com isso se
separa o ato do próprio amor, da relação, da união e da entrega que há entre
ambos.
É
um erro de tradução de nosso próprio ser achar que por ter sido assim ou por
ter acontecido seja o que for de tal forma ou de outra que o ser é obrigado a
repetir as mesmas atitudes e atuações de cada momento vivido, como alguém que
adquire cleptomania, isso ocorre por que a mente humana ao sentir a emoção em
tal ato acredita agora que suas emoções são dependentes de tal ato então para
se satisfazer a pessoa passa a repetir o ato de furtar e por ter um rótulo, ou
seja, o vínculo de ser assim (cleptomaníaco) essa pessoa passa então a adquirir
esta identidade!
Para
se livrar do vinculo separatista não basta apenas à cognição ou o
reconhecimento, isso é até perigoso e faz com que o ser se promulgue assim e estabeleça
isso como sendo o seu próprio EU, é preciso entender que somos muito maiores do
que pensamos, pois temos a cada momento a chance de viver algo diferente, ser e
fazer diferente, porém dentro de certos limites, o principal limite esta No Limite
Insano,( http://reflexhuman.blogspot.com/2013/07/no-limite-insano.html)
aquele momento em que temos sim que nos barrar e assumir o controle das emoções
e das atitudes, sempre fazemos isso com o ódio, com o medo, com o ciúmes... por
que não fazer isso com os outros sentimentos mesmo que eles nos pareçam bons de
sentir e assim podemos seguir com A
ilimitada Sanidade (http://reflexhuman.blogspot.com/2013/07/a-ilimitada-sanidade.html)
que promove em nós o nosso próprio ser.
Este artigo terá ainda um segundo volume.
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