domingo, 16 de fevereiro de 2014

O Vínculo Separatista!

Volume 1

  
        Em 1966 o psiquiatra Charles Höfling buscou testar como a obediência influenciava as decisões das pessoas e para isso ele realizou o seguinte experimento: um médico desconhecido ligava para enfermeiros reais em turnos noturnos de um hospital e pedia-lhes para administrar duas vezes mais a dose máxima de um medicamento não aprovado para um paciente. Sem saber que se tratava de uma experiência os enfermeiros administravam o remédio que na realidade se tratava de uma pílula de açúcar inofensiva, e o médico era uma farsa. Dos 22 enfermeiros 21 cumpriram essa ordem absurda. Os pesquisadores deixaram claro para eles do que se tratava o suposto remédio, portanto todos os enfermeiros sabiam que causariam overdose nos pacientes. Mesmo assim, eles administraram as drogas, violando as regras do hospital que proibia que eles recebessem instruções por telefone ou dessem um medicamento não aprovado aos pacientes.
            Esta pesquisa demonstrou claramente que as pessoas perante alguma autoridade pode levar as pessoas a violar sua própria capacidade de julgamento e passa a fazer algo que supostamente foi imposto a obedecer.

            Isso me fez olhar para as pessoas que de certa maneira se diminuem perante o outro ou até mesmo se faz de vitima de algo que lhe de uma identidade. É o que eu chamo de:

Vinculo Separatista!

            Funciona da seguinte forma:

            Quando a pessoa recebe um rótulo de alguém que supostamente tem o direito de te rotular, pode ser um médico, professor, psicólogo etc. são pessoas que tem autoridade para te qualificar seja para o bem ou para o mal, como dizer que você está com depressão! Bem qualquer pessoa pode te dizer isso, mas se isso for feito por um médico a pessoa aceita isso e passa até usar isso como sua própria identidade, como dizer:

            -Eu estou assim porque sou depressivo!

            Existem então diversos perigos ao dar á alguém uma identidade, pois de certa forma estamos alimentando o ser a ter esta forma de ser, e assim à pessoa pode seguir com a vida sem assumir seu próprio julgamento sobre si mesmo. E a cada dia surge um novo rótulo e mais uma nova forma de ser.

            Em uma reportagem vi que o Facebook vai dar aos seus usuários 50 opções de gêneros sexuais!!!

            Veja como estamos criando diversos vínculos de nós mesmos ao tempo que nos separamos a cada novo vínculo.

            Certo dia eu estava trabalhando em um edifício e vi ao lado de outro edifício varias crianças Judias brincando no pátio com seus “Kipás” em suas cabeças e pensei:

            Vão ser criados sobre as tradições Judias, usarão roupas e vão se alimentar como todos os Judeus fazem, vão se casar e levar isso aos seus filhos que levarão isso aos seus... E vão ser felizes assim!

            E nós!

            Qual nossa cultura?

            Por não termos uma cultura definida até o que é óbvio está deixando de ser cultivado entre nós, agora na hora de educar os filhos temos até a opção de 50 rótulos diferentes para definir aquilo que a natureza só nos deu duas opções físicas e definidas! Até mesmo quem nasce com os dois gêneros tem apenas dois gêneros!

             Isso é só um exemplo do quanto estamos criando separações individuais para cada ser dando a este uma distinção vinculada ao próprio ser.

            É como se este fosse o seu papel dentro da sociedade e com o rótulo definido, cada um segue atuando continuamente em seu protagonismo rotulado atuando principalmente com seu Prosopon, ou seja: sua mascara! (Para saber mais sobre o prosopon, segue o link:   http://reflexhuman.blogspot.com.br/2013/11/espirito-santo-o-que-e-e-onde-ele-esta.html)

            E o mais interessante é que a palavra protagonista vem do grego protagonistés, é formada pela junção dos termos proto, que significa primeiro ou principal, mais agon, que significa luta e de certa forma é isso que acontece muitas vezes com as pessoas, de posse dos seus rótulos que as fazem se ver como o ser principal elas lutam pra viverem em seus rótulos, como um alérgico lutando não para superar o que lhe causa alergia, mas sim para que respeitem sua fraqueza e não se tenha gatos no ambiente!
            Com tantos rótulos possíveis e novos sendo criados a cada dia estamos cada vez mais criando nichos humanos de definições distintas ao tempo que tal distinção esta desambiguando (vinculando) o ser de estabelecer em si o seu próprio EU, isso cria a falsa ideia do ser, ser em si, aquilo que lhe foi dado.

            Um exemplo disso é o caso da experiência com os enfermeiros, eles são, em termos, o Nicho dos enfermeiros ao tempo que isso de certa forma dá a eles a ideia que são apenas enfermeiros e por isso não tem responsabilidade com as ordens médicas, já que estes (médicos) estão acima deles, portanto seus papéis de enfermeiros os fazem protagonistas das ordens médicas e mesmo que alguém chegasse até eles e dissesse que tal procedimento está errado eles Lutariam (assim como um alérgico) para atuarem de acordo com a ordem que lhe foi dada.

            Isso tem gerado um grande problema até mesmo nos relacionamentos entre as pessoas, pra ser mais distinto, dos relacionamentos entre casais, por exemplo:

            Se o homem ao falar de X, lembra:
X= Amor, Sexo, Casamento, Esposa

Amor: esposa, filhos, família...
Sexo: mulher, ficante, parceira, relação, namorar...
Casamento: amor, paixão, família...
Esposa: que cuida do lar, companheira, mãe de seus filhos...

            Ou seja: olhamos de diferentes formas para cada rótulo criado dentro de uma relação, sendo que tudo está vinculado ao mesmo ser.

            Com isso as relações entre um casal é vista de forma diferente em cada momento e esta diferença faz com que as pessoas busquem uma atuação diferente dentro de cada momento vivido, por exemplo: o sexo, neste momento se busca, prazer, satisfação, performance... mas com isso se separa o ato do próprio amor, da relação, da união e da entrega que há entre ambos.

            É um erro de tradução de nosso próprio ser achar que por ter sido assim ou por ter acontecido seja o que for de tal forma ou de outra que o ser é obrigado a repetir as mesmas atitudes e atuações de cada momento vivido, como alguém que adquire cleptomania, isso ocorre por que a mente humana ao sentir a emoção em tal ato acredita agora que suas emoções são dependentes de tal ato então para se satisfazer a pessoa passa a repetir o ato de furtar e por ter um rótulo, ou seja, o vínculo de ser assim (cleptomaníaco) essa pessoa passa então a adquirir esta identidade!

            Para se livrar do vinculo separatista não basta apenas à cognição ou o reconhecimento, isso é até perigoso e faz com que o ser se promulgue assim e estabeleça isso como sendo o seu próprio EU, é preciso entender que somos muito maiores do que pensamos, pois temos a cada momento a chance de viver algo diferente, ser e fazer diferente, porém dentro de certos limites, o principal limite esta No Limite Insano,( http://reflexhuman.blogspot.com/2013/07/no-limite-insano.html) aquele momento em que temos sim que nos barrar e assumir o controle das emoções e das atitudes, sempre fazemos isso com o ódio, com o medo, com o ciúmes... por que não fazer isso com os outros sentimentos mesmo que eles nos pareçam bons de sentir e assim podemos seguir com A ilimitada Sanidade (http://reflexhuman.blogspot.com/2013/07/a-ilimitada-sanidade.html) que promove em nós o nosso próprio ser.

           
Este artigo terá ainda um segundo volume.

            

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